quinta-feira, 19 de março de 2009

Karuna

A origem da palavra Compaixão vem do Latim, Compati, que quer dizer mais ou menos "sofrer junto" ou ter pena. No Budismo, compaixão baseada na pena é parecida com compaixão baseada no apego, é algo instável e desequilibrado. A verdadeira compaixão (ou karuna) é baseada em um sentimento de equanimidade por todos os seres e se trata de uma qualidade mental que não gosta e não quer que os outros sofram. A compaixão é a aceitação clara de que todos somos iguais no sentido de estarmos dentro do samsara e por isso todos merecem o nosso amor e cuidados independentemente se nos fizeram mal ou não. A compaixão é abrangente, baseada na razão e livre do apego. A compaixão é gerada através da correta realização da natureza impermanente da realidade, da compreensão do sofrimento e da vacuidade.
A compaixão demarca limites dentro da sociedade, alguém pode se tornar muito rico vendendo armas ou drogas e de um ponto estritamente financeiro estão corretos, mas causam danos enormes a milhares de pessoas e muito mais a si próprios. Com uma apreciação maior do valor humano, todas as atividades se tornam positivas. A compaixão é a base da ética do Budismo Mahayana e o portal de entrada do Bodhisattva. A compaixão é cultivada pouco a pouco junto com a sabedoria, não é fácil, não é óbvia, não nasce de um dia para outro mas pode ser treinada minuto a minuto.

Um comentário:

  1. Gostei do artigo, mas eu gostaria de saber como se grafa no alfabeto tibetano "Tudo é Impermanente"
    Grato,
    Samuel Silva

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