
A Perfeição da Generosidade é um dos caminhos ou atos do Bodhisattva.
Podemos dar o Dharma, Amor, Proteçao ou Bens Materiais.
Mas como o dar se torna uma Perfeição?
Vejamos o dar material aqui.
Talvez seja mais fácil ver o que não torna este ato uma Perfeição, digno de um Bodhisattva.
- Se nos achamos incrivelmente morais ao dar algo e criticamos os ´imorais` que não dão.
- Se arrepender do ato de dar ou sentir se inferior perante alguém que deu mais.
- Dar com parcialidade, fantasiando retribuições futuras como fama.
- Julgar que os outros estão sofrendo ´naturalmente`então não merecem.
- Não dar por medo de se tornar um indigente, ou seja, perder tudo, ficar pobre.
- Dar com atraso, depois de causar sofrimento e tormento.
- Dar mencionando sua ´bondade`.
- Dar em pequenas doses quando o certo seria dar de uma vez só.
- Quando envolve o roubo.
- Dar empregados ou serventes que não querem ´ser dados`.
- Dar depois de depreciar o pedido ou necessidade.
- Dar somente depois de se acumular por longo tempo.
Todas estas formas de Dar devem ser abandonadas.
Não se deve dar se:
-Causa depressão imediatamente depois do ato ou depois.
-Os pedintes não são amigáveis e cinicamente falam sobre a generosidade e caridade para lhe atormentar e/ou influenciá-lo a agir de uma forma contrária ao seu bom senso.
-A espíritos malignos, demónios, alguém sob o efeito de magia.
O estilo ´Robin Hood` de dar não é correto também, tirando de um para dar ao outro.
Nunca devemos perder a oportunidade de dar,
"O que não é dado, perde a validade. O que é dado, gera um tesouro"
(Paramitasamasa, I, 49-54)
O dar perfeito, se realiza quando o ato é acompanhado da mente que realiza a não existência inerente do doador, do receptor e do objeto. Quando perdemos algo, sofremos porque acreditamos que aquilo nos pertencia, quando na realidade não existe um ´eu` a quem o objeto pode pertencer e nem um objeto em si. Projetamos significado, existência própria, identidade e nossa própria felicidade em algo que não tem como sustentar nada disso. Nós existimos, mas não da maneira como pensamos que existimos, e isso é o que gera o sofrimento.
Outro dia alguém me deu um conselho..... queime o que voce mais gosta.
ResponderExcluirPronto, fiquei num beco sem saída e ainda de saia justa. Porque? Mudei 3 vezes nos ultimos anos e ainda me lembro de objetos queridos, que estão ecaixotados ou ensacados mofando. Percebi que do que mais gosto é de vida.
Se conselho fosse bom a gente vendia...
Entendo e aprendi que Nada pode sustentar a felicidade a não ser a compreensão de que o doador, o generoso, tem a mesma natureza que o mendigo. Os dois projetam felicidade. O que é ilusão e não tem sustentabilidade alguma. Tudo é uma grande corrente, onde cada elo deve ter qualidade, senão a corrente quebra e o resultado é sofrimento, guerra, conflito.
Essa é a responsabilidade de cada um de nós. Fazer o possível para manter CADA elo. Da melhor forma que pudermos, assim como nós mesmos.